segunda-feira, 10 de julho de 2017

DESCAMINHO - Roberval Paulo

Tem hora que a estrada fecha
Tem vez que o caminho acaba
É aí que o rio enche
E não tem jeito, deságua
Deságua água no mundo
A quem quer, a quem não quer
E a estrada fechada
Em dilúvio é desmanchada
Indo ao revéz do moinho
E o caminho acabado
Se vai assim desaguado
Em outro novo caminho

O caminho que se abre
A estrada que continua
Mais seu humilde passante
Nunca mais será o mesmo
Será um outro do mesmo
Seguindo um outro caminho

E o passante, enluarado
Novo estradar aventura
Ainda mais caminhante
Ainda mais açoitado

Mais nunca mais será o mesmo
Novo caminho em começo
Endireitando-se o avesso

De um caminhar renovado.

Roberval Paulo

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